O PENSAMENTO DA CABALA - RABINO ALEXANDRE SAFRAN




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O PENSAMENTO DA CABALA - RABINO ALEXANDRE SAFRAN

















O pensamento da cabala ocupa-se da dialética da "natureza interior" versus a "natureza exterior", do "oculto" versus o "revelado". No Zohar, assim como em toda a literatura mística judaica, tudo que existe é considerado como sendo ao mesmo tempo "oculto e revelado", "natureza interna e natureza externa", "luz e recipiente", "alma e corpo", "corpo e vestimenta" ... Este contraste, esta correlação dentro da unidade, está inscrita no âmago da realidade.

O pensamento místico judaico ocupa-se da dialética que esta correlação envolve, pois aquilo que é oculto está tornando-se manifesto. Deus é o "mais oculto entre as coisas". Nossos pensamentos não conseguem compreender aquilo que poderíamos ser tentados a chamar de Sua natureza, Sua essência, e nossa linguagem humana deficiente e limitada só nos permite designá-Lo, com reverência e como que à distância, por uma única palavra, "Ele".

No entanto, Deus manifesta-Se em Suas obras: "Ele as circunda e as preenche"; "Ele é onipresente". Ele está muito perto de nós, e é por isso que podemos voltar os nossos corações a Ele e dizer-Lhe: "Tu". Seu Nome ainda permanece "alam", "oculto", mas "no tempo vindouro", na era messiânica, seremos capazes de "proferi-Lo", pois então O conheceremos; compreenderemos Sua "essência" na celebração da Sua Glória.

Um nome, diz o Sefer ha-Bahir, revela a essência, a alma, daquele que o possui, e o Ramban salienta que o nome de Deus, Elo-him, define e governa as forças atuantes no mundo. Rabi Iossef Gikatilla nos diz que o Nome Divino não é uma simples palavra denominadora que descreve Deus: ele é a própria Realidade de Deus.

Nos dias vindouros, "o Senhor será o Rei de toda a terra... o Senhor será um e o Seu Nome será Um" (Zacarias 14:9). Com essas palavras, o profeta Zacarias prediz que, na era messiânica, quando o reino de Deus se estenderá por toda a Terra, a Essência de Deus e o Nome de Deus aparecerão em sua Unidade intrínseca, se assim podemos chamá-la, em sua verdadeira identidade.

(Rabino Alexandre Safran)

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